A boa dieta é
aquela que respeita quem a faz.
Sim, vou usar mesmo a palavra dieta. Porque seu significado é tão
bacana... Tão diferente do que dizem por aí...
Lá atrás, quando não tinha toda essa frenesi
de "dieta-e-atividade-física-pra-secar", e não éramos tão rígidos com
glutens e lactoses, e carboidratos não nos incomodavam tanto, a dieta,
significava um estilo de vida. Uma proposta de vida, que vislumbrava uma
qualidade diferente da situação, com mudanças plausíveis de serem colocadas em
prática. Dieta era mudança, e sobretudo, era duradoura.
Dieta sempre foi diferente de regime.
Não apenas por não ser "só para aquele momento", mas por não
ter a rigidez como condição si ne qua non.
Norma e regimento podem sim ser estilo de vida, mas não necessariamente.
E, aos meus olhos, é justamente aí que mora o bonito da dieta: ela
respeita. É feita sob medida para quem quer abraçá-la - e se constrói como
preciso (ou como querido). Ela é pessoal e intransferível, e tem gostos e sabores
próprios.
A dieta, aquela do significado original, não é uma
"fechada-de-boca" em infindáveis almoços de
"grelhado-com-salada"; não se resume a um
"frango-e-batata-doce" no pré-treino e um shake de proteína
substituindo o jantar; e, diferente do senso comum, não é uma pilha de
privações, embora se faça entre balizadores que norteiam um estilo de vida.
Dieta tem ciência, tem inclinações... Tem conhecimento, motivos e
referenciais (teóricos e práticos). Tem a cara de quem a faz.
Dieta não se faz sozinha, não está na revista, no site, nem na folha
impressa padrão.
Dieta tem jogo de cintura, uma cadência pessoal, uma linha de pesquisa e
uma vontade de vida.
Tem sardinha para quem pode sardinha, salmão para quem pode salmão. Tem
arroz-e-feijão e pão francês, tem chocolate de sobremesa, pizza no domingo a
noite e boas risadas à mesa.
Dieta tem rotina, tem dias diferentes, tem exceções, aversões, crenças e
religiões.
Sim, dieta tem respeito.